Experiência Comunitária do Noviciado

O Noviciado é um tempo de prova: de nós mesmos, das nossas capacidades, de ver se realmente temos, ou não, as condições necessárias; prova porque também provamos o que é ser frade e a vida dominicana.
No dia 2 de Fevereiro, assim sendo, chegamos a Lisboa para a experiência comunitária. Eu fui destinado, com mais um irmão, ao Convento de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
Ali fomos e estivemos durante uma semana para ver o que era a vida da comunidade e integrar na mesma. 
Deu tempo para irmos visitar as irmãs e monjas dominicanas, bem como de ir à capelinha e ao santuário e participar na procissão de velas. 
Deu tempo para ver os meus pais e de trazer uns miminhos para a comunidade.


No dia 10, foi dia de viagem itinerante com o Padre-Mestre e com mais dois irmãos noviços. Fomos a Lamego e voltamos, por ocasião do funeral da Irmã Imelda de Jesus, monja dominicana contemplativa. 
Apesar da situação, deu para estar com as monjas, dar-lhes força e de experimentar a morte de alguém que faz parte da minha (nova) família, a família dominicana. 
Pelas 11h, teve lugar a celebração da Missa Exequial, na qual toquei orgão, presidida por S.E.R. D. António Couto, Bispo de Lamego, e concelebrada pelo Bispo Emérito e por uma dezena de sacerdotes da mesma diocese. 
Gostei de sentir o carinho que o Clero diocesano tem pela Vida Religiosa, principalmente o Bispo Diocesano.

Depois do almoço deu para ir visitar a Comunidade de Inserção das Irmãs de Santa Catarina de Sena, em Castro Daire, conhecendo assim o seu trabalho apostólico. 
Também isto é experiência comunitária...


Das minhas leituras nestes dias destaco as Actas do Capítulo Geral de Togir, nomeadamente os numeros 134 a 137:
"Não nascemos dominicanos mas crescemos e tornamo-nos paulatinamente em dominicanos. A formação humana, intelectual, espiritual e afectiva precisa de ocupar um lugar especial a fim de que possamos assumir a missão da pregação da Ordem.

A maturidade dominicana expressa-se na vivência gozosa dos conselhos evangélicos e das virtudes, a cuja vivência nos comprometemos na profissão religiosa.

Para crescer na maturidade dominicana e humana requer-se um clima de respeito nas relações, de habilidades de relação, de perdao reciproco e confiança no irmão.

De modo semelhante à SE, quando um jovem bate à porta dos nossos conventos, devemos ter em conta a sua história e a nossa. Não devemos ter medo de olhar para o nosso passado e o dos jovens. Devemos pedir-lhes, e também a nós, uma atitude de abertura e comunicação. Exortamos a acolherem-se reciprocamente com o coração e mente abertos."

E que balanço se pode fazer?
Levo comigo a experiência humana e espiritual de frades e freiras, de monjas e de leigos comprometidos com a nossa Ordem dos Pregadores.

Ontem, a propósito da vida da Ordem, nosso Padre Formador dizia: "Mais importante que o nosso nome é o que adquirimos: o frei (simbolo da nossa condição de irmãos) e o OP (que é o sinal da pertença à Ordem). Não deixeis cair estes dois grandes sinais."

Que o Senhor Jesus nos ajude a perseverar neste caminho do Seu seguimento, ao modo de São Domingos.

Pax Christi,

fr. José Manuel, op

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