Olhos lavados pelas lágrimas
«Fica connosco porque o dia está a terminar
e a noite vai caindo».
Lc. 24, 13-35
Quando na minha terra faz muito frio, costuma dizer-se: «podia vir uma chuvinha para amaciar o tempo». Quando chove e depois vem o sol, vemos com maior beleza o céu azul e o sol brilhante. Assim acontece com a tristeza e com as lágrimas. A tristeza impede-nos de ver a beleza e a alegria.
Se, no Evangelho de ontem, vimos Maria Madalena que, por ter os olhos tristes, é impedida de reconhecer Jesus e só quando Jesus a chama é que ela consegue ver a beleza ressuscitada, hoje vemos estes discípulos de Emaús, que voltavam à sua cidade e, mais uma vez inundados na tristeza, não conseguem reconhecer imediatamente Jesus, aquele estranho que se juntou a eles no caminho.
Na primeira leitura, ouvimos o relato da cura daquele coxo. Aqui, Pedro – aquele que tinha negado Jesus – oferece o que de mais precioso tem: o Nome de Jesus. É Jesus quem realiza, por meio de nós, as curas e restitui a alegria. É por meio de nós que Jesus se apresenta à humanidade e é em Seu nome que nós somos capazes de dar vida e alegria a quem connosco se cruza. Os homens e mulheres do nosso tempo pedem-nos muitas coisas: o Baptismo, o Crisma, etc…, mas nós só podemos oferecer uma única coisa: só podemos oferecer Jesus Cristo.
E, quando se dá este encontro com Jesus, não temos outro remédio a não ser levantarmo-nos da nossa tristeza e louvar a Deus, saltando, pois só o encontro com Jesus é capaz de dissipar as trevas e de converter a nossa tristeza em alegria. É isto mesmo que causa admiração: uma vida que experimenta Jesus não pode ter outro sentimento que não seja a alegria.
A tristeza quando invade o nosso coração, faz com que deixemos de ver com claridade e turba a nossa visão. Por isso, compreendemos bem a tristeza daqueles discípulos: Jesus de Nazaré, «profeta poderoso em obras e palavras», «maltratado pelo povo e entregue à morte pelos seus chefes», «esperança da libertação de Israel», prometeu que ressuscitaria, mas é o terceiro dia e nada!
Nestes discípulos manifesta-se o desânimo de uma promessa incumprida e é a grande causa da sua tristeza e até da sua angústia. Por isso, voltavam tristes para a sua cidade, dispostos a começar tudo do zero.
Fica connosco, Senhor, porque anoitece. É o pedido que estes fazem ao Senhor, mas porque não tinham entendido e os seus corações estavam tão tristes, que não tinham reconhecido Jesus. Os discípulos haviam esquecido que é Jesus que quer comer a Páscoa connosco, que é Jesus quem nos escolhe para sua companhia. É na ceia que O reconheceram!
Foi naquela ceia que reconheceram Jesus, porque este estrangeiro e peregrino lhes partiu o pão. A ceia é, assim, a passagem da tristeza à alegria e é o sinal mais visível – tal como hoje – da presença de Jesus Cristo que nos escolhe e quer morar connosco. Só quando a tristeza se dissipou é que os seus corações, que já ardiam quando Jesus lhes falava no caminho, se abrasaram de amor e de alegria.
Como nos é difícil reconhecer a presença de Jesus! Como nos é difícil ter um coração ardente de amor! A tristeza que sentimos não pode ser um hábito, porque aquele que caminha connosco é alegria; a tristeza tem que ser lavada pelas lágrimas e só assim, livres das névoas que turvam os nossos olhos, podemos ver a realidade com mais clareza e mais beleza. Não tenhamos medo de chorar: as lágrimas limpam o nosso olhar e convertem o nosso coração à alegria. Passemos, isso sim, com lágrimas, dos olhos da carne aos olhos da fé, da incerteza à esperança, das perguntas às respostas, dos medos às certezas e da tristeza à alegria.
E, assim, com os olhos lavados pelas lágrimas, poderemos ver com maior clareza e reconhecer no peregrino que caminha connosco aquele Jesus ressuscitado e pronto a ressuscitar a nossa vida. Porque, aquele que quer ficar connosco abrasará o nosso coração e nós exultaremos e saltaremos de alegria quando O reconhecermos ao partir do pão.
Se, no Evangelho de ontem, vimos Maria Madalena que, por ter os olhos tristes, é impedida de reconhecer Jesus e só quando Jesus a chama é que ela consegue ver a beleza ressuscitada, hoje vemos estes discípulos de Emaús, que voltavam à sua cidade e, mais uma vez inundados na tristeza, não conseguem reconhecer imediatamente Jesus, aquele estranho que se juntou a eles no caminho.
Na primeira leitura, ouvimos o relato da cura daquele coxo. Aqui, Pedro – aquele que tinha negado Jesus – oferece o que de mais precioso tem: o Nome de Jesus. É Jesus quem realiza, por meio de nós, as curas e restitui a alegria. É por meio de nós que Jesus se apresenta à humanidade e é em Seu nome que nós somos capazes de dar vida e alegria a quem connosco se cruza. Os homens e mulheres do nosso tempo pedem-nos muitas coisas: o Baptismo, o Crisma, etc…, mas nós só podemos oferecer uma única coisa: só podemos oferecer Jesus Cristo.
E, quando se dá este encontro com Jesus, não temos outro remédio a não ser levantarmo-nos da nossa tristeza e louvar a Deus, saltando, pois só o encontro com Jesus é capaz de dissipar as trevas e de converter a nossa tristeza em alegria. É isto mesmo que causa admiração: uma vida que experimenta Jesus não pode ter outro sentimento que não seja a alegria.
A tristeza quando invade o nosso coração, faz com que deixemos de ver com claridade e turba a nossa visão. Por isso, compreendemos bem a tristeza daqueles discípulos: Jesus de Nazaré, «profeta poderoso em obras e palavras», «maltratado pelo povo e entregue à morte pelos seus chefes», «esperança da libertação de Israel», prometeu que ressuscitaria, mas é o terceiro dia e nada!
Nestes discípulos manifesta-se o desânimo de uma promessa incumprida e é a grande causa da sua tristeza e até da sua angústia. Por isso, voltavam tristes para a sua cidade, dispostos a começar tudo do zero.
Fica connosco, Senhor, porque anoitece. É o pedido que estes fazem ao Senhor, mas porque não tinham entendido e os seus corações estavam tão tristes, que não tinham reconhecido Jesus. Os discípulos haviam esquecido que é Jesus que quer comer a Páscoa connosco, que é Jesus quem nos escolhe para sua companhia. É na ceia que O reconheceram!
Foi naquela ceia que reconheceram Jesus, porque este estrangeiro e peregrino lhes partiu o pão. A ceia é, assim, a passagem da tristeza à alegria e é o sinal mais visível – tal como hoje – da presença de Jesus Cristo que nos escolhe e quer morar connosco. Só quando a tristeza se dissipou é que os seus corações, que já ardiam quando Jesus lhes falava no caminho, se abrasaram de amor e de alegria.
Como nos é difícil reconhecer a presença de Jesus! Como nos é difícil ter um coração ardente de amor! A tristeza que sentimos não pode ser um hábito, porque aquele que caminha connosco é alegria; a tristeza tem que ser lavada pelas lágrimas e só assim, livres das névoas que turvam os nossos olhos, podemos ver a realidade com mais clareza e mais beleza. Não tenhamos medo de chorar: as lágrimas limpam o nosso olhar e convertem o nosso coração à alegria. Passemos, isso sim, com lágrimas, dos olhos da carne aos olhos da fé, da incerteza à esperança, das perguntas às respostas, dos medos às certezas e da tristeza à alegria.
E, assim, com os olhos lavados pelas lágrimas, poderemos ver com maior clareza e reconhecer no peregrino que caminha connosco aquele Jesus ressuscitado e pronto a ressuscitar a nossa vida. Porque, aquele que quer ficar connosco abrasará o nosso coração e nós exultaremos e saltaremos de alegria quando O reconhecermos ao partir do pão.
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