«Então a terra dará o seu fruto; e o Senhor, nosso Deus, nos abençoa» (Sl 67,6)
Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros;
e vosso Pai celestial as alimenta.
Não tendes vós muito mais valor do que elas?
E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados,
acrescentar um côvado à sua estatura?
E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos?
Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;
Mateus 6, 25-28
Infelizmente, nos nossos dias e em nome de uma sociedade secularizada e laica, já ninguém sabe o que são as Rogações. Sobretudo nos meios mais rurais - como o meu de origem - esta celebração é muito importante.
As têmporas (de temporadas) ou rogações (de rogar/pedir) é um tempo - hoje reduzido a apenas um dia, segundo a Conferência Episcopal Portuguesa - de pedir a Deus a bênção da terra e do bom tempo.
As têmporas tinham um grande significado: eram três dias de jejum e abstinência, acompanhados de oração nas primeiras semanas de cada estação. Neles, pediam-se a Deus as suas bênçãos para os campos e para o dom de boas colheitas. Era a certeza de que Deus ajudaria essa temporada para que a terra produzisse o seu fruto, tal como diz o Salmo 67.
Neste dia, peçamos a Deus que abençoe as nossas terras, abençoe quem as cuida, abençoe os frutos que dela nos chega. Peçamos ao Senhor, também, à semelhança do Papa Francisco, para que nos conceda a sensibilidade para cuidarmos da nossa «Casa Comum» (Encíclica Laudato Sí), ou, como diria São Francisco, cuidar da «Mãe-Terra» (Cântico das Criaturas de São Francisco).
Que o Senhor nos abençoe e nos dê a graça de ver os frutos do nosso trabalho...
Publico, em seguida, o vídeo do Papa Francisco com a sua intenção para o mês de Abril que é exactamente sobre isto:
Pax Christi.
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