A Banca do Reino dos Céus
Acerca do Evangelho deste Domingo...
Já que hoje em todo o lugar se fala de bolsa, de bancas, de dinheiro, de ganhar mais com a desgraça dos outros, partilho a minha reflexão sobre o Evangelho que, em todo o Mundo, se fez escutar! Eu chamo-lhe a solução bancária para o Reino dos Céus (não me interpretem mal) e tento fazer um paralelo com a vocação, nomeadamente a minha...
A banca do Reino é diferente da do Mundo: a do Mundo só tira, não dá; a do Reino pode tirar mas retribui cem vezes mais...
O Reino dos Céus é comparado a várias imagens utilizadas por Jesus que nos fazem entender o que é este mesmo Reino!
Contudo, o mais importante é perceber como é que isto tudo funciona e funciona com o desprendimento, com o dar-se e com o ganhar mais...
O Reino de Deus é hoje, é aqui, é o agora, pois o Reino de Deus é uma realidade presente do qual todos nós fazemos parte dele.
Este Reino de Deus tem a ver com o desprendimento, com o vender tudo o que se possui por causa de um bem maior.
Na vocação também tem de haver um desprendimento total das nossas vidas, dos nossos bens, de tudo o que nos agarra aqui. Vendemos o que temos para nos apresentarmos livres para o serviço deste Reino.
Este Reino tem que ver com o dar-se e dar-se sem medida, sem barreiras. Dar o nosso tempo, dar os nossos valores, dar a sua vida por uma causa: a causa de Jesus Cristo! Dar-se é pôr-se ao serviço, não como quem procura fama e poder, mas como quem procura servir de todo o coração.
O Reino de Deus tem a ver com o ganhar mais. «Pois é dando que se recebe», como nos diz a Oração de São Francisco de Assis!
Só recebemos na medida em que damos... Repito: Só recebemos na medida em que damos... Só assim é que ganhamos! Não nos enganemos... É assim!
Desprendidos e livres apresentamo-nos ao serviço daqueles que precisam e dando-nos, nesses serviços apostólicos, ganhamos muito mais do que imaginamos...
Ao começar esta nova etapa do meu caminho vocacional quero também dar-me a mim mesmo como instrumento deste Reino deste Mundo que é uma rede, como nos diz o trecho evangélico de hoje, e que nela há peixe bom e mau, isto é, pessoas boas e más e, por isso, é preciso dar-se sem medidas, porque a nossa vida pode ser impulso que renova outras vidas.
Por isso, é necessário a coerência de vida, o exemplo. Não só palavras bonitas e de ocasião mas, sobretudo, gestos e acções concretos... Isto só se aprende, pedindo ao Senhor - a exemplo de Salomão (1ª Leitura) - a sabedoria para sabermos distinguir o bem do mal.
O caro leitor perdoe-me, mas esta reflexão não é muito teológica, contudo é uma reflexão segundo o meu contexto e segundo os meus anseios...
Para terminar, a já referida Oração de São Francisco, certamente muito conhecida e um audio de São João Paulo II a rezá-la...
Senhor, fazei-me instrumento da Vossa Paz!
Onde houver Ódio, que eu leve o Amor;
Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão;
Onde houver Discórdia, que eu leve a União;
Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé;
Onde houver Erro, que eu leve a Verdade;
Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança;
Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria;
Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!
Oh Mestre,
Fazei com que eu procure mais
consolar que ser consolado,
compreender que ser compreendido,
amar que ser amado!
POIS É DANDO QUE SE RECEBE
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se ressuscita para a vida!
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