Baptismo do Senhor

Depois de umas semanas sem publicações, escrevo a primeira publicação do ano. Tive umas pequenas, mas boas «férias» pelas minhas terras (Perosinho). Foi um tempo de estar mais pela casa dos meus pais, pelas terras que me viram crescer, visitar alguns amigos doentes, encontrar-se com amigos e conhecidos, estar com a família. Merecido... acho eu!!! 

Agora, já em Lisboa, começa aquela fase que não gostamos tanto que é a fase de exames e de avaliações. Tudo correrá pelo melhor, se Deus quiser!!! Mas a intenção deste 'post' é outra. Vamos a ela...

E do céu fez-se ouvir uma voz:
«Tu és o meu Filho muito amado:
em Ti pus toda a minha complacência».


Baptismo do Senhor, por Pe. Filipe Azevedo
O Domingo que vamos celebrar é conhecida pela Festa do Baptismo. Muitos não sabem dizer se faz parte do Tempo do Natal ou se já faz parte do Tempo Comum. Eu gosto de pensar como que ainda fazendo parte do Natal, abrindo o Tempo Comum.

Celebrar a festa do Baptismo do Senhor é celebrar, em primeiro lugar, a teofania (manifestação) em que Deus mostra o Seu Filho amado; num segundo momento, é recordar o nosso próprio Baptismo.

Pelo Baptismo, pertencemos à família dos Filhos de Deus, os herdeiros da graça e, tornamo-nos «membros de Cristo sacerdote, profeta e rei». É pelo Baptismo que somos, também nós, sacerdotes e profetas e reinamos com Cristo. Isto afirma o Concílio Vaticano II ao falar do «Sacerdócio Comum dos Fiéis». 

Contudo, celebrar o Baptismo do Senhor é ter a esperança de que somos amados, porque Deus dirige-se a nós, dizendo: «tu és o meu filho muito amado: em ti pus toda o meu cuidado». É esta confiança de que somos cuidados por Deus que nos tem de levar a concretizar a nossa missão de cristãos, de irmãos em Cristo.

Num mundo onde impera a indiferença, temos de ser Profetas contra as injustiças e abusos...
Num mundo onde impera o relativismo, temos de ser Sacerdotes e tornar real a presença de Deus no mundo...
Num mundo onde impera a sede de poder, temos de ser Reis na humildade, tal como Cristo...

Somos baptizados, mas somos realmente conscientes do que isso acarreta? 
Não basta ir à missa, não basta fazer umas BA's, não basta saber uns versículos da Bíblia... é preciso encarnar a palavra de Deus na nossa vida, ou por outras palavras, pregar com e pela vida. 

São João Crisóstomo diz, acerca das Sagrada Escritura: «Nós não deveríamos necessitar dos livros sagrados para saber a Palavra de Deus. A Palavra de Deus deve estar no nosso coração e a nossa vida deve ser o livro vivo onde as pessoas possam ler esta Palavra».

O meu Baptismo a 7 de Julho de 1992,
 na Igreja Paroquial de Perosinho
Celebrar o Baptismo do Senhor é ir ao encontro do nosso próprio Baptismo, discernindo o que é necessário para vivermos melhor as nossas vidas, encarnando a Palavra de Deus e a pessoa de Cristo: é isso que significa ser membros de Cristo ou, se quiserem, cristãos.

Convido-vos a fazer um exercício:
Ir aos albuns de fotografias e ver as fotografias do Baptismo e depois apliquem a frase do Evangelho, utilizando o vosso nome.

«E do Céu fez-se ouvir uma voz:
_________________________, tu és o(a) meu(minha) filho(a) muito amado(a): em ti pus toda a minha complacência». 

Ganhemos consciência que o Senhor nos escolhe e nos ama, mas que nos destina a ser propagadores da Boa Nova, de Jesus Cristo.

Bom ano 2016 e bom domingo.


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