«Nhô Frei...»

É já o segundo ano - e espero que seja o segundo de muitos - que vou ajudar as Irmãs Dominicanas Missionárias do Rosário a dinamizar um terço na preparação da Festa de São Domingos. O ano passado foi no Bairro 6 de Maio, este ano foi no Casal da Boba. 

Era para ser no sábado anterior, mas devido à missa por alma do Frei Francolino, foi adiado para hoje. Uma primeira peripécia...

A segunda peripécia, prendeu-se com o transporte. Fui a pé para o Centro Social das irmãs que equivaleu a uns bons quilómetros e que deu para pensar na vida. Chegado lá, fui bem acolhido na casa das irmãs e ali partilhamos experiências, sobretudo sobre a minha Peregrinação aos lugares dominicanos, que realizamos há um ano. 

Em seguida, depará-mo-nos com uma dificuldade, pois não havia lugares suficientes para transportar a todos para o sítio onde iríamos rezar. As irmãs pediram-me que conduzisse a carrinha do Centro e que fosse o Chauffer desta tarde. Assim foi e lá nos encaminhamos para a casa da senhora.

Ao chegar, a festa intensificou-se com a alegria da senhora que nos abriu a porta e connosco partilhou a casa. Entretanto começaram a chegar os convidados da família e os juízes da festa. A alegria da senhora - que não nomeio por razões de privacidade - era notória. 

Rezamos o terço por muitas intenções e, como introdução aproveitei a vinda do Papa a Fátima e a vida de São Domingos para lhes falar da verdadeira devoção a Nossa Senhora e o porquê da oração do rosário. Rezamos, cantamos e meditamos... um momento simples, mas profundo. 

Depois, como não podia deixar de ser, ficamos um tempo em convívio e a lanchar umas bolachas típicas de Cabo Verde, muito boas por sinal. Mas, a alegria não seria completa se não nos cantassem cânticos nas suas línguas e que acabou por ser um momento divertido e muito agradável. 

No final, a dona da casa veio para a porta e despediu-se de cada um de nós com beijinhos e pedidos. Quando chegou a minha vez, tivemos ali um pequeno diálogo, em que agradecia o acolhimento e a oportunidade de visitar aquela família e ao que me respondeu a senhora: «Nhô Frei, eu é que agradeço! A minha casa precisa de oração. Nhô Frei, reza por mim!». Eu, sem muito que dizer, agradeci, uma vez mais, e também pedi que rezasse por mim e ela arrematou: «Nha Fátima te abençoe nesse teu caminho». 

Assim, como Chauffer garanti que as irmãs chegavam a casa e ali nos despedimos, com o voto de voltar e o convite para visitar quer as irmãs, quer as pessoas. Uma tarde diferente, sem dúvida, mas rica!

Agora só me resta estudar para o exame de Segunda, cujos resumos terminei agora...

Este ano, para ser diferente e para que houvesse uma recordação deste dia, elaborei, esta manhã, uma pagela do Padroeiro que recebe o rosário de Nossa Senhora, cujo verso trazia uma oração a São Domingos. Aqui deixo a imagem e a oração:

Glorioso Pai São Domingos, 
que inflamado do amor divino 
encontrastes as vossas delícias na oração
e na intimidade com Deus, 
alcançai-nos a fidelidade
à oração quotidiana,
um amor fervoroso para com o Senhor
e a graça de cumprir,
cada dia melhor, os Seus divinos mandamentos.

São Domingos,
rogai por nós!

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