Por amor ou por vaidade?

Ontem recebi um email de um amigo sevilhano com o título «Quatro sinais para saber se o teu trabalho pela Igreja é por amor ou por vaidade». Partilho:


Uma reflexão curta e fantástica: Santo Afonso Maria de Ligório vai directo ao nosso coração:

1. Quem actua só para Deus não se perturba em caso de fracasso, porque se Deus não quer, o próprio também não;

2. Alegra-se com o bem que fazem os outros, como se ele mesmo tivesse feito;

3. Sem preferência para trabalhos, aceita de boa vontade o que lhe pede a obediência;

4. Uma vez cumprido o seu dever, não espera louvores nem aprovações dos outros. Por isso, não fica triste ou critica a quem o desaprova, alegrando-se apenas porque alegrou a Deus. Se, por acaso, recebe algum elogio do mundo, não se envaidece, mas afasta-se da vanglória, dizendo: «Segue o teu caminho, chegaste tarde para me elogiar porque Deus já me elogiou pelo bem que fiz».

Santo Afonso Maria de Ligório, in Prática do amor a Jesus Cristo

Ora, far-nos-ia bem pensar porque andamos aqui, são conselhos que, embora tenham sido escritos em séculos passados, são bem actuais, dado que no nosso mundo já quase não há a prática do bem desinteressada, mas a procura de estatuto, de fama, de glória e do reconhecimento. 

Tomara que nós, cristãos, meditássemos no que fazemos e como fazemos e, sobretudo, com que fim fazemos...

Às vezes ouve-se certas pessoas a dizer: «Se fosse agora teria sido isto ou aquilo» ou «se fosse agora não teria tomado este ou aquele estado de vida, mas teria um estado de vida simples, no trabalho, na oração», mas não se vê vontade nenhuma em abandonar o estatuto que já têm, ou a simples vontade de mudar. 

Outros, ainda, vangloriam-se por terem ajudado instituições a crescer, mas muito poucos cumprem aquilo que Jesus diz: «Não saiba a tua esquerda o que faz a tua direita».  

Quando acabei de ler, recordei-me, de imediato, daquela sentença do sábio Gamaliel nos Actos dos Apóstolos:

E agora digo-vos: 
Dai a mão a estes homens, e deixai-os, 
porque, se este conselho ou esta obra é de homens, acabará,
Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; 
para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.
Actos 5, 38-39

Que tudo o que façamos seja por Deus e pelo amor que lhe temos porque, como diz São João da Cruz: «Ao entardecer da vida, examinar-me-ão pelo amor».

Que isto nos questione...

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