Estar disponível
Não, eu não deixei de escrever no blogue. No entanto, outras coisas surgem e, sobretudo, estou dedicado a trabalhos comunitários e académicos. Pois é, escrever uma tese dá trabalho e absorve muito o tempo e as energias.
No entanto, obrigado pela preocupação que vão manifestando por emails. Ainda estou vivo. Obrigado.
Mas fica a partilha dos meus dias um pouco mais agitados:
Com uma nova tarefa comunitária - a do acolhimento -, sou absorvido por aqueles que nos visitam e que se acolhem em nossa casa. Acolher as pessoas é acolher histórias, vidas, experiências e tem sido enriquecedor, na medida em que acolher não é apenas levar ao quarto, mas é ouvir, explicar, sorrir e estar disponível.
Os trabalhos comunitários não terminam aqui, mas prolongam-se pelas pequenas tarefas, tais como ligar a rega do jardim, ir às compras com o Ecónomo, ajudar na cozinha (em dias de festa), preparar celebrações (já que tenho o ofício de 'cantor'), preparar guiões, etc... Ou seja, estar disponível para o serviço.
Como secretário de uma Associação, é preciso responder a emails, reencaminhar documentos, dar resposta a algumas pessoas. Também se deve estar disponível para isto, porque irá ajudar aqueles que sofrem e os pobres.
Este ano, o Mestre de Noviços pediu-me para ter encontros com os noviços sobre Patristica. Acabaram por ser mais encontros de história do Cristianismo, o que não me parece mal. Foi a minha primeira experiência de 'dar aulas', mas foi mais que isso: foi preparar os encontros, foi estar com os noviços, ouvir as suas inquietações, ouvir e responder às suas perguntas e, mais uma vez, estar disponível.
Depois, tenho estado a trabalhar para a tese. Ler muito, resumir, compor, estudar, pesquisar. Com isto, voltei a ter que estudar latim, o que requer um certo ritmo de estudo e de trabalho. Também isto é estar disponível para aprender melhor e para melhor pregar.
Depois, tenho de tirar tempo para o essencial da vida: a oração. Tenho aproveitado as horas antes de me ir deitar para a oração pessoal e silenciosa, umas vezes no quarto, outras não Igreja (sim, gosto de estar na Igreja à noite com aquele silêncio todo), outras vezes no Claustro. Enfim... estar disponível para ouvir o Mestre, porque senão não vale a pena!
Mais, os colegas da universidade também requerem atenção. Ouvir, dialogar, brincar, ajudar e trabalhar. Apesar de não ser membro do corpo associativo, sempre mostrei disponibilidade em ajudar no que precisam.
E sim, ainda tenho tempo para dormir, para ler e para o lazer: ir dar um passeio ao parque aqui perto ao domingo, ir jantar com amigos, ler um livro de que gosto (literatura mesmo), ouvir música.
Como dizia um professor: "o dia tem 24h! 8 para trabalhar, 8 para estudar e 8 para lazer!". A minha divisão não é bem assim, mas é mais um estar disponível, no dia-a-dia para o que surgir. Ou como dizia um irmão cá de casa: "graças a Deus que os meus dias são sempre diferentes. Não tenho rotinas!".
A vida faz-de com isto: estar disponível!
Agora percebem porque é que não tenho escrito no blogue. Não é por falta de tempo, mas uma questão de prioridades!
Pax Christi!
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