Liberdade

Portugal viveu hoje, mais uma vez, um aniversário de um feliz acontecimento: o 25 de Abril ou a Revolução dos Cravos.


Hoje, um irmão, contou-nos a história dos Cravos e da pessoa que os levava em braços. Era uma 'criada' de uma família que vem à missa cá ao convento que, apesar de se ter tentado falar com ela para a avisar de que estava a decorrer a revolução, ela foi trabalhar na mesma. Levava uns cravos vermelhos para enfeitar a casa onde trabalhava e, chegada ao Marquês, os soldados pediram-lhe os cravos que ela cedeu de imediato. Uma história engraçada e que de um dia normal de trabalho para aquela senhora, tornou-se ela mesma a responsável pelo símbolo deste dia: um cravo vermelho.

Na verdade, não podemos falar muito deste acontecimento porque, simplesmente, já nascemos na Democracia e na República. O que se pode dizer é que esta efeméride é um contínuo alerta para sabermos que a liberdade é fundamental na vida de qualquer cidadão.

Esta Revolução (pacífica, digamos!) de Abril, que chegou a ser exemplo e ainda hoje o é pela sua pacificidade, dado que nunca chegou a haver uma Guerra Civil - como em Espanha - e pelos valores que defendia. Uma nação livre, uma nação aberta ao mundo, uma nação valente e um povo nobre.

Nenhum tipo de opressão é boa, seja ela civil ou religiosa, porque nos tira uma coisa que Deus nos deu como dom ou, nas palavras de Paulo, 'a liberdade gloriosa dos filhos de Deus'.

Claro que, como humanos que somos, muitas vezes condicionamos a liberdade, a nossa e a dos outros, quando queremos que a nossa vontade se imponha. Regras sao necessarias, senão passaríamos da liberdade à libertinagem. Não é disso que se trata...

Mas confesso que me causa impressão aqueles que dizem que no tempo de Salazar é que era bom, que se devia voltar ao regime... Hoje li alguns comentários em que o espírito era esse. Ainda que Salazar fosse austero e bom nas economias - ainda que muita gente passasse fome para que os cofres estivessem cheios - a ideia de voltar a um regime opressor, em que tudo e todos eram controlados, não pode ser bom... 

Lembramo-nos bem de ouvir dizer: 'No tempo de Salazar, era uma sardinha para 4 pessoas' ou 'fui perseguido pelo Regime'... Não sabemos o que é isso, não sabemos o que o povo de então terá passado. E sei algumas coisas, porque a minha avó contava... coisas terríveis! 

Ser de 'direita' ou de 'esquerda' - nunca gostei desta nomenclatura - não pode pôr em causa a nossa liberdade, liberdade conquistada pelos nossos antepassados e que fizeram do nosso país aquilo que hoje conhecemos. Liberdade é um dom... aproveite-mo-lo bem...

Que este dia seja, então, uma tomada de consciência para que a nossa liberdade nunca ofusque ou limite a liberdade do outro.

Que não imitamos os erros do passado...

E, como tal, deixo a canção de José Afonso, que serviu de senha para a Revolução:



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