Tempo para viver e tempo para recordar

Como já disse aqui várias vezes, gosto muito daquele texto do Livro de Eclesiastes que diz: 'Há tempo para tudo...' e chegou o tempo de recordar, pois como diz a canção: 'Recordar é viver'...

É neste espírito que entro na recta final de um tempo privilegiado: o Noviciado.

Estes dias vem à cabeça aquele dia 1 de Setembro em que cheguei a Sevilha, o calor, o cheiro da cidade, o castelhano, os frades... tudo novo!!! Lembro-me de que no dia seguinte, aquele que nos acompanhou desde Portugal deixou o Convento bem cedo e aí sim... uma etapa nova...

Ao mesmo tempo que me senti "abandonado" sentimo-me também "empolgado", porque tudo seria novo, tudo seria diferente...

Aquele que me parecia um Convento imenso, estranho, converteu-se na minha casa, no meu habitat, onde descobriría o que é a vida dominicana.

Parecia tudo tão irreal, mas que num momento se tornou a realidade... a minha realidade!!!

Passada uma semana inicei o Noviciado oficialmente... e depois tomei o hábito, em seguida com as aulas, com os cursos, com a vida quotidiana, com os passeios pela cidade... e quando penso dou conta de que já passaram 10 meses...

Não gosto de dizer que o noviciado tem fim, porque na verdade é o início da vida dominicana que daqui a três meses irei abraçar publicamente de livre e espontânea vontade, aquando da profissão.

Experimentei aquelas palavras de São João Paulo II: "Não tenhais medo. Abri, ou melhor, escancarai as portas do vosso coração a Cristo! Ele não tira nada, dá tudo!". O mesmo apelo faço aqueles que pensar em ser religiosos...

Termino com uma estrofe de um hino de vésperas:

"Passa o tempo e com ele as nossas vidas,
tal como passa o bem, passa a desgraça,
passam todas as coisas conhecidas,
só o Nome de Deus é que não passa"!

Pax Christi,
fr. José Manuel

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