Ei-los que partem
Ei-los que partem
novos e velhos
buscando a sorte
noutras paragens
noutras aragens
entre outros povos
ei-los que partem
velhos e novos
Ei-los que partem
de olhos molhados
coração triste
e a saca às costas
esperança em riste
sonhos dourados
ei-los que partem
de olhos molhados
Virão um dia
ricos ou não
contando histórias
de lá de longe
onde o suor
se fez em pão
virão um dia
ou não.
Estas palavras do poeta Manuel Freire fazem sentido no dia de hoje e no momento em que vivi. Não sou bom com despedidas, porque fico imóvel e congelado, fico distante, mas sinto-o tanto como aquele que chora e esperneia.
Mas bem, hoje, passado um ano (Sim, um ano!!!), os que foram noviços partem para Angola. Tristeza não é bem o sentimento, mas é mais aquele sentimento tão português e tão nosso: a Saudade! Sim, saudade... essa melancolia nostálgica que nos faz sentir a falta de algo ou alguém.
Bem sei que uns vão e outros vêm, mas há sempre uma ligação àqueles que connosco vivem e que connosco partilham a vida, a fé e a vocação e são um dom de Deus, tal como cantavam muitas vezes nos seus cânticos.
Para mim, apesar de estar fora no Noviciado, a convivência com eles foi e será uma dádiva, porque me ajudou e porque me foi dando alento durante um ano que não foi fácil, devo confessar.
Assim, ficam as saudades, algo que nos caracterizam porque gostamos de alguém e porque lhes queremos bem.
A eles desejo uma feliz e nova etapa, cheia de sucessos e de experiência prática do que no Noviciado aprenderam de teoria e que cresçam, cada vez mais, na fé e na vocação.
Não é um 'Adeus', mas um 'Até breve'!
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