Perguntas para o seguimento

Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo.
Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo.
Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».

Geralmente, a primeira Leitura e o Evangelho das nossas Eucaristias, estão sempre relacionadas mas, quando as li pela primeira vez não encontrei uma relação entre elas, à primeira vista. 

Achei estranho aquelas perguntas que o sábio faz e não vi que tivesse relação com o seguimento radical que Jesus propõe no Evangelho. Mas, com a ajuda do Espírito Santo - eu creio! - abriu-se-me o entendimento e percebi: quem quer seguir o Mestre, tem de estar em contínuo questionamento. 

Na verdade, uma pessoa que não se questiona, ou melhor, que não se põe em causa, não pode optar por uma vida radical ao serviço do Evangelho. 

O tema do desprendimento que Jesus trata no Evangelho não é só dos bens materiais, mas também dos nossos orgulhos vãos, vaidades, certezas e aqui entra o questionamento contínuo que vem no seguimento da humildade que nos falavam as leituras do domingo passado. 

E recordo a afirmação de Santa Teresa de Ávila, uma vez mais: A humildade «duvidar sempre das nossas qualidades e admirar as qualidades dos outros», isto é, colocar em causa a nossa vida, perceber o que está a mais nela e limpar essas ervas daninhas do ódio, da vaidade para dar lugar ao que importa. 

Desprendimento não é só desfazer-se dos bens materiais, mas é antes perceber o que para nós é verdadeiramente importante, verdadeiramente necessário. É uma coisa difícil, sem dúvida, mas é possível, isso é certo! Não queiramos coisas automáticas, tudo tem o seu tempo!

Então, o verdadeiro sábio é aquele que se questiona, aquele que se põe em causa, põe em causa a sua vida não para ficar triste ou desanimado por não encontrar certas qualidades que queria e devia encontrar, mas para perceber que ainda há caminho a fazer...


Mas, então, em sintonia com a primeira Leitura, podemos perguntar-nos a nós mesmos:
O que é verdadeiramente importante para mim?
De que me desprendi para ganhar uma riqueza maior?
O que tenho de fazer, no meu caminho, para melhorar a minha relação com Deus?
Já nos questionamos para fazer caminho?

Só na simplicidade, no desprendimento e humildade é que podemos seguir Jesus... comecemos já!!!

Proponho, já que hoje não se fala de outra coisa, que leiam uma biografia da Santa (Madre) Teresa de Calcutá e tentemos perceber até que ponto chegou o seu desprendimento... 

Pax Christi!

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