Hoje é o dia da Caridade
Onde há Caridade, aí habita Deus!
Ubi caritas, Deus ibi est!
Hoje, Sexta-feira da Paixão, é o dia da Caridade. São Paulo afirma: «Portanto, agora existem estas três coisas: a Fé, a Esperança e a Caridade. Porém, a maior delas é a Caridade» (1 Cor. 13, 13). E como a Caridade é a maior de todas, comecemos por ela.
Tudo nasce do amor!
Várias passagens são postas na boca de Jesus sobre o amor, por exemplo em João 15: «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por aqueles que ama».
São João, na sua carta diz: «Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor» (1 Jo. 4, 7-8) e, mais à frente: «Nisto se manifestou o amor de Deus para connosco: que Deus enviou seu Filho unigénito ao mundo, para que por ele vivamos.».
Deus é amor!
O amor não consiste em amar a Deus, mas na certeza de que foi Ele quem nos amou primeiro e, por isso, entregou o Seu Filho, o Seu próprio Filho, carne da Sua carne e osso dos Seus ossos.
Deus é amor!
Onde há Caridade, onde está Deus? Onde melhor podemos contemplar o amor que Deus nos tem sem ser naquele altar da imolação, naquele trono de glória, naquela «ara da Cruz», tal como diziam os primeiros cristãos.
Deus é amor!
Eis o amor pendurado no madeiro, suspenso, flagelado, açoitado, escarnecido, maltratado... Ei-l'O! Se Pilatos O apresentou ao povo judeu dizendo: «Eis o Homem»!, na Cruz é-se-nos apresentado, exclamando: «Eis o Amor»!
Deus é amor!
Do amor brotam as fontes de água viva que nos alimentam e saciam, deste amor brota o desejo de O encontrar, brota a busca incessante pela nascente dessa água que nos poderá saciar a sede, que nos poderá dar a vida e a vida em abundância.
Deus é amor!
Deus é amor entregue, amor dado, amor verdadeiro feito sacrifício por mim, por ti, por nós! É um amor que é dom gratuito, é um amor que nos impele na ajuda e no serviço.
Deus é amor!
Deus é caridade, não a 'caridadezinha', mas é a caridade verdadeira, com gestos e palavras concretas, nas mãos que lavam os pés, as mesmas que consagram o pão e que, ensanguentadas nos redimem.
Deus é amor!
Que amor? Que vontade? Que sentido? Que dom? Deus entregue, Deus dado, Deus amado.
E olhemos para a Cruz!
Sinal de contradição, sinal de salvação, sinal de esperança e sinal de vida...
Meu Deus, é esse o Teu trono? É essa a Tua realeza? É este o Teu Reino?
«Ó Árvore da Vida que pões em causa o Mundo», porque olhamos com olhos de homens e não olhamos para a vida que Tu, ó Deus, nos dás.
«Eis o madeiro da Cruz»! Eis o trono da Tua realeza, o trono onde Tu te manifestas glorioso, onde destróis a morte, onde convertes o mau em bom, onde convertes a tristeza em alegria, onde nos mostras que amar é entregar-se, é dar-se todo e completamente.
Se ontem nos lavavas os pés para nos mostrar que é no serviço aos outros que Te devemos procurar, hoje, na Cruz, nos mostras que é amar é dar tudo. Sim! Tudo e inclusive a própria vida!
Do amor nasce o serviço, a atenção, a ajuda, o cuidado. Foste Tu quem nos ensinou que «há mais alegria em dar do que em receber», que «ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos que ama», que inspiraste alguns a dizer que «é dando que se recebe».
Eis a Tua glória! Eles não entendem, Senhor, que a tua glória é ver o outro salvo do pecado. Eles não entendem, Senhor, que já te manifestaste Rei no serviço, na cura, no dar dignidade aos outros, no perdão, na misericórdia... Por isso, entregaram-te, gritaram: «À morte! À morte! Crucifica-O!» e Tu, como um Cordeiro levado ao matadouro, apenas Te entregaste pelo Amor!
Eles não entendem porque não abriram os seus corações à experiência de ser amado por Aquele que nos ama primeiro, que nos conhece, mesmo antes de sermos formados no seio das nossas mães. Não entendem porque nunca fizeram a experiência de um amor tão grande que é capaz de tudo, porque Tu, que és Amor, tudo sofres, tudo crês, tudo suportas, tudo esperas (cf. 1 Cor. 13, 7).
Tudo nasce do Amor!
Obrigado por nos ensinares a amar, por nos dares o exemplo, ajuda-nos a imitá-lo!
«A Cruz tornou-se, para nós, em Árvore da Vida»
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