Chamas de Amor e Ternura
Ainda que o percurso de advento se faça sem ele, urge publicar algo sobre este grande místico que hoje celebramos. Trata-se de São João da Cruz. Foi Carmelita, companheiro de Santa Teresa e juntos iniciaram uma reforma do Carmelo, que conhecemos por Carmelitas Descalços.
Li, no noviciado, a obra dele e gostei da profundidade, da serenidade com que fala do seu encontro com o Mestre. É dele o famoso hino - quem está mais por dentro da oração da liturgia das horas, saberá do que falo; quem não, pode sempre procurar na Internet - 'Aquela eterna fonte'.
Porque estamos a chegar ao Natal e porque Jesus é a chama viva que aquece e ilumina a vida, publico um outro poema:
Oh, chama viva de amor
que ternamente feres
de minha alma no mais profundo centro!
Pois não és mais esquiva,
acaba já, se queres.
Ah, rompe a tela deste doce encontro!
Oh cautério suave
Oh regalada Chaga
Oh Branda Mão…
Oh Toque Delicado…
Que a Vida Eterna sabe e paga a dívida
Matando morte em vida me tens trocado…
Oh lâmpadas de fogo em
cujos resplendores
As profundas cavernas dão sentido
Estava cego e escuro com
estranhos primores.
Calor e luz dão junto a seu querido!!
Oh, quão manso e amoroso,
despertas em meu seio,
onde tu só secretamente moras:
nesse aspirar gostoso,
de bens e glória cheio,
quão delicadamente me enamoras!
Que a celebração deste grande santo seja para nós, um motivo de aprofundar a relação com este Deus de Ternura e de Amor.
Pax Christi!
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