Olhar com olhos de criança

Estes dias que antecedem o Natal são sempre marcantes. No bom porque começamos a mudar as rotinas, as preocupações vão-se reduzindo. No mau porque esta quadra desperta sempre sentimentos e emoções porque é um tempo diferente.

Quase na semana maior, aproximamo-nos do Mistério do Natal, este mistério da ternura em que somos convidados a olhar para o Mundo com o olhar de uma criança: a CRIANÇA,o Menino-Deus.

As minhas aulas, este semestre, terminaram com uma alusão à este mistério, pois ouvimos ler um poema de Fernando Pessoa [heterónimo, Alberto Caeiro] precisamente sobre este Mistério da Encarnação, intitulado Poema do Menino Jesus.

É um poema longo e nada ortodoxo, tal como Pessoa, mas dele retiro esta parte que me tocou.   


A mim [o menino Jesus] ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
E olha devagar para elas.
Quando a gente as tem na mão 

Que esta simplicidade e humildade de uma criança nos ajude a viver o Natal de outra forma, de uma tal maneira que possamos valorizar as pequenas coisas e olhá-las com os olhos de criança.

Pax Christi.

[Na imagem, um de alguns presépios que foram espalhados pelo nosso convento. Este foi montado na Sala da Comunidade, dentro da lareira. Espero que o Pai Natal tenha cuidado ao descer da chaminé...]

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