'Exclusivos' ou 'Inclusivos'?

Naquele tempo, João disse a Jesus: 
«Mestre, nós vimos um homem a expulsar os demónios 
em teu nome e procurámos impedir-lho, porque ele não anda connosco». 
Jesus respondeu:
 «Não o proibais; porque ninguém pode fazer um milagre 
em meu nome e depois dizer mal de Mim. 
Quem não é contra nós é por nós». 

É famosa a conclusão deste trecho do Evangelho de Marcos e mais famosa é a atitude de Jesus face aos seus discípulos. 

Ontem, depois da discussão de quem era o maior no Reino dos Céus, Jesus parece lapidar os discípulos ao dizer que o maior é aquele que mais ama e aquele que mais serve.

Parece que os discípulos tinham gosto de ter algo de que falar, algo que lhes ocupasse a mente, mas não seriam as coisas melhores, tal como nós hoje!

Num mundo em que, também nós, somos exclusivistas, Jesus põe em destaque o carácter universal da sua vida e da sua mensagem ou, utilizando uma expressão paulina, «tudo em todos». 

Infelizmente, também na Igreja, vão-se formando pequenos grupos, muitos deles reservados a certo tipo de pessoas e a certo tipo de pensamento. Um autor - não me recordo qual foi, agora - disse que «uma comunidade onde não haja pensamentos divergentes ou maneiras de pensar diferentes, é uma comunidade estéril». 

Neste sentido, entende-se o pensamento elitista de João ao dizer a Jesus que tentaram impedir um homem de expulsar os demónios. Ele não pertencia ao grupo, não pertencia àqueles que foram chamados para seguir de mais perto a Jesus. 

Porém, para Jesus não há exclusivismos, não há acepção de pessoas, pois basta amar, basta agir segundo o que Ele próprio ensinou.

Este foi um abraço do Papa com um rapaz com
dependência de medicamentos (vulgo, narcótico)
Gosto do Papa Francisco e gosto, sobretudo, dos seus gestos genuínos. Um deles é o abraço! O abraço pode significar muitas coisa, mas para mim significa o não ter medo de aceitar quem vem ao seu encontro: doentes, coxos, pecadores, jovens, velhos, crianças... a todos dá um abraço! É um gesto bonito, sinal do acolhimento, da alegria que é acolher todas as pessoas, tal como Jesus. 

Quem vai acompanhando o Papa tem vindo a ver que, o futuro está no acolhimento simples e ternurento de quem se aproxima da Igreja e, por isso, de nós. É um gesto bonito e que devemos cultivar...

O Papa Francisco, aquando de uma entrevista a um jornalista italiano disse: «Não gosto de viajar! Mas, se me convidam e eu aceito, o que tenho a fazer, faço-o bem!». Por isso, as suas visitas são algo de extraordinário e cheio daquilo a que o Papa chama de «Carinho-terapia». Os afectos, o acolhimento, a alegria, os carinhos são coisas vistas com algumas desconfianças, medos, dúvidas, contudo, serão um grande remédio para tantos e tantas que estão longe de Jesus... apliquemos este exemplo e não o deixemos apenas nas imagens!!!

A elite do Reino somos todos nós, porque é o próprio Jesus que nos dá a dignidade de lhe pertencermos: ricos ou pobres, sujos ou limpos, pecadores ou santos, etc... todos estamos admitidos!

Em vez do exclusivismo, procuremos o 'inclusivismo', isto é, a integração de toda e qualquer pessoa à graça de Deus... 

Rezemos pelo combate à exclusão social, religiosa e política e reconheçamos a dignidade de toda a pessoa humana... é só seguir Jesus! Fácil, não?

Pax Christi!

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