Carta de Natal

Meus queridos amigos e irmãos,

depois de uma caminhada de Advento - que espero ter sido proveitosa - chegamos ao momento mais importante da nossa caminhada: o Nascimento do Menino Deus, Jesus Salvador e Príncipe da Paz. 

Acolhemos no nosso coração o Deus da bondade e da ternura, o Deus humilde que, na sua humildade quer morar no nosso coração. É a Ele que temos de preparar os caminhos tortuosos da nossa vida e da nossa existência para que, na sua doçura, Ele venha e em nós habite. 

Entre toda esta azáfama da preparação material do Natal, das prendas, dos docinhos para dar mais importância ao mistério de Cristo que vem ao nosso encontro e quer morar na nossa casa. Abramos-lhe a Porta...

Natal é... família, amigos, próximos, prendas, doces...
Mas o Natal também é... os desconhecidos que sofrem, aqueles que não comem a consoada porque não têm com que comprar; é o sem-abrigo que vive na nossa rua, é a criança que não tem família, é o menino que chora porque não tem um presente, porque os seus pais não podem comprar, os idosos que vivem na solidão este dia. 

Muitas vezes, vivemos isto de tal modo que nos esquecemos de algo muitíssimo importante: o aniversariante, Jesus de Nazaré. 

Neste Natal que nos lembremos dos pobres: em vez de darmos presentes, podemos estar presentes - como dizia um anúncio no Facebook - e esse dinheiro dos presentes podemos investir noutras coisas mais humanas e mais nobres... talvez!!! É apenas uma sugestão...

Que este Menino Deus, nasça sobretudo no nosso coração. Deixemos que a Sua bondade e ternura nos contagie e que nos leve a algo mais que coisas externas... 

Mas, quero convosco partilhar, certamente que alguns já viram, um pequeno anúncio publicitário da EDEKA, um supermercado da Alemanha. O anúncio impactou-me e creio que será uma boa dica para perceber que o Natal pode ser mais interessante quando estamos presentes uns nos outros...

Partilho a minha experiência: sempre gostei do Natal, da reunião familiar, da missa de Natal. Foram 21 anos neste ritmo natalício familiar e nem sempre dei valor: valor à tia que faz os doces, valor ao tio que põe a mesa, valor à mãe que coze o bacalhau, valor ao pai que abre o vinho, mas... desde que deixei de passar o Natal na minha terra que agora sim... damos o valor que as pessoas merecem! Claro está que a família não se perde, pelo contrário, alarga-se com os meus irmãos da Ordem... o que também é bom e agradável!!! Mas demos valor àquilo que faz parte da nossa vida...

Para todos os leitores, os meus votos de um Santo e feliz Natal. Que o Menino Jesus encha de alegria os nossos corações e nos dê a paz...

fr. José Manuel, op

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