Pergunta para a vida...
Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
A pergunta que Jesus faz aos discípulos é legítima e que nós, querendo ser seus discípulos, nos devemos colocar a cada momento: «Quem é Jesus para mim?».
Quando eu era catequista na paróquia de onde sou natural, pedi às crianças que escrevessem num papel a resposta a esta pergunta; o resultado foi impressionante! Dizem que as crianças não mentem e que são sinceras e ali percebi que era verdade. Algumas das respostas, que ainda guardo:
«Jesus é o meu melhor amigo!», «Jesus é aquele a quem a minha mãe chama», «Jesus é amigo das crianças», «Jesus é a cruz», «Jesus anda vestido de branco», «Jesus é filho de Deus», «Jesus é santo», «Jesus cuida de nós»... e ainda aquela que mais me tocou: «Não sei quem é Jesus».
Nesta simplicidade, a simplicidade de uma criança, vemos que Jesus é tudo e mais alguma coisa. Mas, o mais importante é perceber que, para cada um, Jesus é alguma coisa: um profeta (judeus e muçulmanos), o Messias (cristãos), o Libertador, etc...
Hoje, a Igreja, celebra a Cadeira de São Pedro. Mas, tem sentido, fazer a festa a uma cadeira onde, supostamente, se sentou o apóstolo Pedro? Provavelmente, à primeira vista, não!...
Um pouco de história...
«Cátedra» é um termo utilizado para várias situações e circunstâncias: pode designar uma disciplina da Universidade (Cátedra de Filosofia), daí advém o termo Professor Catedrático; pode designar a Sede, por exemplo, de um Bispo, por isso se dá o nome de Catedral à Igreja do Bispo. A Cadeira, Cátedra ou Sede designa autoridade, por isso é que em Roma a estátua de São Pedro apresenta o Apóstolo sentado.
Esta festa, apesar da sua vasta tradição que remonta aos primeiros anos do Cristianismo, quando Pedro tomou as rédeas da Igreja, como seu representante e chefe, realçando, assim, a autoridade ou aquilo a que chamamos Primado Petrino. Daí surgiu o conflito que levou a vários Cismas dentro da Igreja, pelo não reconhecimento da autoridade papal.
No século XIX, a Igreja acolhe com grande estima o Concílio Vaticano I que tinha em vista a discussão da autoridade papal no seio da Igreja. Criou-se um dogma que, mais tarde, veio a ser trabalhado e ajustado, que é o Dogma da Infalibilidade Papal. Por outras palavras, quando um Papa fala, essa palavra não pode ser questionada, nem sequer posta em causa. Mais tarde, rectificou-se este Dogma e percebeu-se que o Papa tem infalibilidade no que toca, apenas, a matéria de fé! Tudo o resto é feito em nome pessoal e pode ser discutido. Chama-se a isto «falar ex cathedra».
Isto é apenas um dado histórico...
Fará sentido celebrar, então, a Cátedra de São Pedro?
Eu creio que sim, não pelo seu significado histórico, mas pelo significado espiritual. Não celebramos a Cadeira em si, mas fazemos memória do Papa, que é o Pastor Universal, isto é, a ponte entre todos os católicos do Mundo.
Falemos um pouco disto...
O Papa possui alguns títulos, tais como “Bispo de Roma (Episcopus Romanus), Vigário de Jesus Cristo (Vicarius Iesu Christi), Sucessor do Príncipe dos Apóstolos (Successor principis apostolorum), Sumo Pontífice da Igreja Universal (Summus Pontifex Ecclesiae Universalis), Primaz da Itália (Primatus Italiae), Arcebispo Metropolitano da Província Romana (Archiepiscopus metropolitanus provinciae Romanae), Soberano do Estado da Cidade do Vaticano (Superanus sui iuris civitatis Vaticanae) e Servo dos Servos de Deus (Servus Servorum Dei)”.
O Papa Francisco abreviou todos estes títulos e tomou apenas dois: «Bispo de Roma» e «Servo dos Servos de Deus», mas o nome título mais apropriado para o Papa é o de «Pontífice», isto é, o construtor de pontes. É o que o Papa Francisco tem feito.
Hoje, celebrar esta festa é recordar a Pedro e a sua reposta e não tanto recordar a Cadeira onde Pedro se sentou. Há que ser capaz de colocar-se a pergunta que Jesus coloca aos discípulos: «E vós, quem dizeis que eu sou?».
Façamos o esforço de levar esta pergunta para a vida e para o caminho e, quando as dificuldades chegarem, quando chegar o cansaço, a resposta que damos a cada dia é o conforto do caminho.
Rezemos, hoje, pelo Papa Francisco para que possa levar a bom termo o seu pontificado e que continue a construir as pontes do diálogo e da fé verdadeira em Cristo Jesus, do qual o Papa é o representante, essa pedra angular, na qual a Igreja foi solidamente edificada.
E tu, já te colocaste esta questão???
Pax Christi!
Hoje, celebrar esta festa é recordar a Pedro e a sua reposta e não tanto recordar a Cadeira onde Pedro se sentou. Há que ser capaz de colocar-se a pergunta que Jesus coloca aos discípulos: «E vós, quem dizeis que eu sou?».
Façamos o esforço de levar esta pergunta para a vida e para o caminho e, quando as dificuldades chegarem, quando chegar o cansaço, a resposta que damos a cada dia é o conforto do caminho.
Rezemos, hoje, pelo Papa Francisco para que possa levar a bom termo o seu pontificado e que continue a construir as pontes do diálogo e da fé verdadeira em Cristo Jesus, do qual o Papa é o representante, essa pedra angular, na qual a Igreja foi solidamente edificada.
E tu, já te colocaste esta questão???
Pax Christi!
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