Com piedade, não com verbosidade
«Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«Quando orardes, não digais muitas palavras,
como os pagãos, porque pensam que serão atendidos por falarem muito.
Não sejais como eles, porque o vosso Pai bem sabe do que precisais,
mesmo antes de vós Lho pedirdes.
Orai assim:
‘Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido;
e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal’.»
O nosso mundo vive na cultura do «falar, apenas para não estar calado». Diz-se muita coisa, mas pouco se pratica, diz-se muita coisa, tanta, que nem se coloca sentido no que se diz. E por mim falo, óbvio!
Nem sempre quantidade é qualidade e, por isso, depois de Jesus nos ter dito ontem como tem de ser a nossa oração, hoje diz-nos que não são necessárias muitas palavras, apenas basta a recta intenção, pois Ele conhece tudo e todos os nossos pensamentos (Salmo 139).
Há uma máxima de Zenão de Cítio (filósofo grego, do século IV aC) que diz: «A natureza deu-nos duas orelhas e uma só boca para nos advertir de que se impõe mais ouvir do que falar.».
O melhor comentador disto é São Tiago que, embora forte e duro, diz toda a verdade: «Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.
Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. [...] Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações» (cfr. Tiago 4).
E Santo Agostinho afirma: «Em primeiro lugar, Nosso Senhor suprimiu o palavreado, para não dirigires a Deus muitas palavras, como se quisesses ensinar a Deus com a abundância de palavras. Por isso, quando pedes, é preciso que seja com piedade não com verbosidade. Na verdade, o vosso Pai sabe o que necessitais, antes de lho pedirdes. Não queirais falar muito, por ele sabe o que necessitais. [...] Mas ele quis que rezes, precisamente para dar o necessário ao que o deseja, de modo a não parecer vil o que Ele vier a dar, visto que ele também insinuou o próprio desejo. Portanto, as palavras que Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou na oração são a regra dos desejos. Não te é lícito pedir nada para além do que aí foi escrito.»
Vale a pena ler os sermões de Santo Agostinho sobre a Oração Dominical.
Cuidemos da nossa oração, não façamos dela uma verborreia de desejos e de pedidos, mas sem acções de graças, sem louvores por aquilo que Ele nos vai concedendo cada dia! Afinal, é nas pequenas coisas que ele se manifesta!!!
Pax Christi!
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Pediram-me que fale do ataque a Orlando...
Ora bem, sou contra todo o tipo de violência, todo o tipo de terrorismo, todo o tipo de fanatismo, como é obvio...
Não creio que, depois do que se viu no passado Domingo, haja dúvidas: a humanidade está louca!
A vida humana, em todas as suas dimensões, é para ser respeitada, quer gostemos das pessoas, que não gostemos, quer gostemos do modo de vida de fulano e não da vida de baltano. Não importa! É a vida humana... «O Senhor deu, o Senhor tirou!». Quem nos julgamos para nos acharmos no direito de retirar a alguém o dom da vida?
Contudo, a nossa América deveria re-pensar a sua política de venda de armamento aos civis! Por vezes, mesmo em liberdade, em democracia, vivendo o «American Dream», há que pôr um travão... senão, estão sujeitos!!!
Mas a minha opinião acerca deste atentado é, completamente, a favor da vida, porque a vida humana é muito mais que uma religião, uma sociedade, uma orientação sexual... a vida humana é Dom! Cuidemo-lo!
"O terrível ataque ocorrido em Orlando, com um número altíssimo de vítimas inocentes, suscitou no papa Francisco e em todos nós os sentimentos mais profundos de execração e condenação, de dor e de consternamento diante dessa nova manifestação de caráter homicida e de ódio insensato", disse o Porta-Voz do Vaticano.
Ao autor deste ataque, que Deus o perdoe pelo mal que fez àquela gente. Às vítimas e seus familiares, que Deus receba as suas almas no seu seio paterno e dê força e coragem àqueles que os perderam.
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