Ordenar a vida
Tornai-me, Senhor meu Deus,
obediente, sem contradizer
pobre, sem desânimo
casto, sem perversão
paciente, sem murmuração;
humilde sem fingimento
maduro, sem pecado
ágil, sem superficialidade
temente a Vós, sem desespero;
verdadeiro, sem duplicidade
fazendo o bem sem presunção
corrigindo o próximo, sem arrogância
e sem hipocrisia o edifique
pela palavra e pelo exemplo.
Concedei-me, Senhor Deus, um coração vigilante,
para que nenhum pensamento curioso me afaste de Vós.
Um coração nobre, para que não o derrube nenhuma indigna afeição.
Um coração recto, para que não o desvie nenhuma má intenção.
Um coração firme, para que não o abale nenhuma tribulação.
Um coração livre, para que não o escravize nenhuma paixão.
[...]
Concedei-me suportar já aqui, como penitência as vossas penas
servir-me já aqui por vossa graça dos vossos benefícios
e gozar na pátria para vossa glória das vossas alegrias.
Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amén.
Esta bela oração de São Tomás de Aquino, tem-me acompanhado ao longo deste tempo de estudantado. Acho bonita e muito proveitosa para quem quer ordenar a vida sabiamente.
E bem que tenho precisado dela, pois os dias que passam são cheios. Assim, não querendo desculpar a minha falta de actualização no blog, - até porque tenho escrito todos os dias sobre Job, ainda que não o publique aqui - conto o que tem sido estes tempos.
Avizinham-se, em primeiro lugar, os trabalhos académicos: 3 trabalhos de História, 1 de Direito Canónico, 2 de Protologia, enfim...
Em segundo, acompanhei um grupo (+/- 300 pessoas) que peregrinou a Fátima e investi algum tempo na preparação dessa peregrinação. Correu bem, graças a Deus! Este ano, por causa do mau tempo, ficamos mais tempo pela Casa do Carmo e tive oportunidade de falar com as pessoas, brincar com as crianças que foram, dialogar com os padres que por ali passavam... para mim, foi uma peregrinação de encontros!
Muita oração, mas também, muita escuta e fraternidade. É bom acompanhar estas pessoas que, de uma forma simples, livre e espontânea nos procuram e nos falam, contam as suas alegrias e tristezas e procuram em nós, quantas vezes, uma palavra de alento. Fazem-me crescer!
Por vontade daquela rapaziada, teria durado mais tempo, mas foi o tempo suficiente, creio!
Agora, voltando à vida quotidiana, é tempo de recomeços, de continuações e de caminhar. E mais uma Quaresma se passou. Sim, porque como se diz na minha terra:
«Lázaro, Ramos, na Páscoa estamos»
E Lázaro é já Domingo... como o tempo passa, daí que seja preciso aprender a ordenar a vida com sabedoria, como dizia S. Tomás.
Saibamos, também nós, pedir a sabedoria necessária para ordenar todos os momentos da nossa vida, especialmente os mais difíceis e mais «tremidos».
Pax Christi!
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